terça-feira, 24 de maio de 2011

Quem tem medo do Exame da OAB?



 Aqui em Brasília, participando da reunião do Conselho Federal da OAB, algumas questões surgem sobre nosso Exame de Ordem. Necessário defendê-lo irrestritamente e, por isso, sintetizo abaixo algumas idéias sobre a questão. Pensamentos com base nas falas e escritos de colegas conselheiros, mas que poderiam ser adotados como meus, devido à pertinência e validade. Seguem abaixo:

Só teme o Exame da OAB duas categoriais de bacharéis em direito: a primeira, a dos mal preparados e não dispostos ao estudo imprescindível a quem quer exercer a nobre missão de advogar; a segunda, a dos sabotadores da advocacia, compromissados com o aviltamento da profissão, indispensável à defesa da sociedade e à garantia do Estado Democrático de Direito.
Se parcela dos alunos é reprovada no Exame, cabe às Universidades e Faculdades Brasil afora – em especial às nocivas caça-níqueis que desvirtuam e corrompem as Ciências Jurídicas Brasil afora – revisarem seus ensinos e promoverem uma formação em Direito que seja passaporte à Advocacia. Cabe ao ensino se aperfeiçoar, não à carreira dos advogados se amesquinhar.

O Exame da OAB é legal, resguardado pela Constituição da República em seu art. 5º, XIII, e pela Lei nº 8.609, aprovada pelo Congresso Nacional em 1994. Mas não é somente pela existência da Constituição e da Lei que sua existência e sua aplicação se tornam defensáveis. Esta se consolida na premissa de que o operador do direito tem que ser alguém cujos conhecimentos, métodos e práticas sejam auferidos, não lesando a sociedade com maus serviços, atos equivocados, atuações desastrosas.

Ademais, o Exame não é, como alardeiam os profetas da contra informação, uma “inovação brasileira”. Itália, França, Estados Unidos, Inglaterra, País de Gales, Hungria, Polônia, Irlanda, Malásia, Filipinas e África do Sul, além de diversas outras nações, exigem algum tipo de exame para seus bacharéis. É corrente, e não exceção, a submissão do candidato à advogado a alguma espécie de teste de conhecimentos. Neste contexto, o Brasil se irmana à outras pátrias e dá exemplo de que em nosso chão as regras não são menos rígidas, mais condescendentes.

Que um ponto fique claro: extinguir o Exame da OAB somente beneficia as péssimas escolas de Direito, fabriquetas de diploma que enganam estudantes – muitas vezes cobrando mensalidades extorsivas – com promessa de exercício profissional pleno após a formatura. Mal sabem estes incautos que, após a graduação, os parcos conhecimentos adquiridos são irrisórios diante do desafio de advogar. Bem a estes faz o Exame da OAB, que o auxilia a sanar precariedades proporcionadas por ensino de má qualidade, dissociado de pesquisa e extensão, longe da prática jurídica.

O Exame da Ordem protege o cidadão, já que este fica livre dos profissionais rasteiros formados nas “arapucas” privadas e públicas existentes em nosso país. E não me venham com o argumento de que a taxa paga é cara demais e que o faturamento só serve para “engordar” um “guloso” caixa da OAB. Mentira! A lógica do capital prega o contrário: para a Ordem, mais lucrativo seria não realizar o Exame e inscrever milhares de recém formados automaticamente, arrecadando somas vultosas com anuidades, medida esta hoje e sempre fora de cogitação no seio da Ordem dos Advogados do Brasil.


Meu comentário: Certamente eu concordo com o artigo acima, dada as respectivas fontes, eu acredito que a OAB é a grande peneira dos Operadores do Direito que visam Advogar, ou pseudo-operadores como queiram. Não concordo com quem o critica comparando-o com um concurso para Juiz Federal, uma vez que ambas profissões exigem excelência do profissional. A OAB é, de certo modo, um concurso, onde apenas os melhores poderão trabalhar. É assim que está o mercado de trabalho hoje em dia; cada vez mais competitivo. Outrossim vale destacar que, como já foi dito, a OAB não está preocupado com as anuidades e sim com a competência e é essa a diferença dela para as faculdades particulares.

Espero conseguir, ao me formar, um lugar na lista de aprovados, mas, para isso, terei que me esforçar dobradamente a partir de agora e não tenho medo de encará-lo.

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