segunda-feira, 2 de maio de 2011

PT anistia Delúbio por 60 votos a 15 e duas abstenções


Pivô do escândalo do mensalão, Delúbio Soares foi reintegrado hoje ao PT por maioria esmagadora de votos dos integrantes do diretório nacional do partido. Ele obteve 60 votos a favor da anistia, 15 contrários e duas abstenções. Delúbio foi expulso em 2005, quando a direção petista acabou dizimada no maior escândalo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Na época, Delúbio foi acusado de recolher R$ 55 milhões em "recursos não contabilizados" e distribuí-los para políticos e assessores.

Defenderam o retorno de Delúbio ao PT o ex-presidente do partido Ricardo Berzoini (SP), o ex-deputado Virgílio Guimarães (MG) e Bruno Maranhão, dirigente do Movimento de Libertação dos Trabalhadores Sem-Terra (MLST) e líder do quebra-quebra ocorrido na Câmara dos Deputados, em 2006. Contra a reintegração foram escalados Valter Pomar, Carlos Alberto Árabe e Renato Simões, todos integrantes das tendências mais à esquerda. Berzoini e Maranhão, que votaram a favor da expulsão há cinco anos e meio, disseram que Delúbio "já pagou um preço muito alto".
O retorno de Delúbio ao PT foi um prêmio dado pelos integrantes do diretório nacional do partido à fidelidade do ex-tesoureiro, que jamais abriu a boca para fazer qualquer crítica aos dirigentes que defenderam a sua expulsão. Ele não fez qualquer revelação a respeito das operações bancárias irregulares fechadas em nome da direção do PT com o empresário Marcos Valério, do caixa 2 nas eleições de 2002 e de 2004 e da distribuição de dinheiro para parlamentares que votavam em projetos de interesse do governo.
Desde a expulsão, Delúbio portou-se como se fosse um soldado petista. Não abandonou nem a estrela. Criou uma revista, chamada de "Companheiro Delúbio", na qual fez sua defesa e exibiu-se ao lado do símbolo máximo do PT. Em 2009 tentou voltar ao partido, mas o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva impediu o retorno, com medo de que o ato contaminasse a eleição presidencial de 2010 e atrapalhasse a vitória de Dilma Rousseff.

Agora, passada a votação e garantida a eleição de Dilma, Lula deu aval à volta de Delúbio. Achava, porém, que o assunto poderia ser examinado depois do julgamento do processo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), previsto para 2012. Defenderam o retorno do ex-tesoureiro nomes importantes do PT, como o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP) e a senadora Marta Suplicy (PT-SP).
Delúbio volta ao partido, mas por baixo, pelo menos por enquanto. Ele não deverá ter cargo importante num primeiro momento. Ainda é o principal réu do processo do mensalão. A volta do tesoureiro reforça um movimento do PT de esvaziamento do escândalo.
Sinal político concreto em prol da contestação do processo do mensalão foi dado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao deixar o governo, ele disse que sua principal missão, a partir de janeiro de 2011, seria mostrar que o mensalão "é uma farsa". E nessa trilha, lentamente, réus que aguardam o julgamento estão recuperando forças políticas, ocupando cargos importantes na Esplanada e, agora, no partido.

Delúbio tem a pretensão de ser candidato a vereador em Goiânia, no ano que vem, mas nem isto está garantido, porque poderá ser pego pela Lei da Ficha Limpa.
O presidente do PT, Rui Falcão, eleito hoje, justificou o voto a favor da anistia a Delúbio. "Como não existe pena perpétua, nós encaramos esse retorno com naturalidade". Questionado se a decisão não contaminaria o julgamento dos réus do mensalão pelo STF, Falcão disse que os juízes firmarão suas convicções de acordo com os autos. "Eles não vão julgar conforme a decisão".

Meu comentário: Esta semana os brasileiros honestos e decentes receberam dois golpes muito duros. Primeiro, a comissão de "ética" do senado, formada somente por políticos da pior estirpe, representantes de oligarquias corruptas que renasceram sob as benesses do PT. Agora, o retorno oficial de Delúbio ao núcleo do poder, como recompensa por ter @#$%do calado e blindado nosso caro ex-presidente contra as gravíssimas denúncias do mensalão, que tem tudo para acabar em pizza, ou talvez em churrasco ou rabada, que são os pratos preferido do "melhor presidente da história deste pais", segundo informou seu ex-cozinheiro recentemente. Sinceramente, já me faltam palavras para comentar esse estado de coisas sem perder a elegância.


Mas já era esperado. Imaginem se ele não consegue o retorno? Se falasse 1/3 do que sabe ia botar o partido por água abaixo.

PS - Só falta o Dirceu e o Roberto Jefferson!

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