segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Primeiro a Ética, depois a Técnica.

José Renato Nalini em seu livro Ética Geral e Profissional trás em um de seus capítulos A Ética do Estudante de Direito. Como um balde d’água fria para mim, ele expõe que o estudante de direito precisa resgatar sua capacidade de luta cívica e patriótica. Quase unânime no passado dos grandes operadores do direito.

A França deu exemplo recente da estudantada na rua, para combater uma proposta do governo pertinente ao primeiro emprego. O governo recuou. No Brasil, a volúpia normativa invade todas as searas, interfere na educação, no meio ambiente, na saúde, sem a menor reação por parte dos universitários. Paradoxalmente, nunca houve tantos universitários no Brasil. Para uma inércia e passividade preocupantes. Se não existe rebeldia, inconformismo, crença nas utopias enquanto se é universitário, é difícil desenvolver um senso crítico ao desenvolver de sua carreira.

O Brasil tem mais de mil escolas de direito, nenhuma delas a reagir aos desmandos, a juventude mais interessada em baladas, cervejadas, luaus, raves e outras comemorações típicas à alienação consumista. Impassível diante da corrupção, de violência crescente, de desrespeito aos direitos humanos. Anestesiada pela propaganda mentirosa, mais preocupada em gozar a vida do que investir no futuro. Talvez por pressentir que o futuro não se vislumbra promissor.

Neste começo de ano, intensifiquei o estudo da ética profissional, pois como diz Nalini “Um estudante desprovido de ética não será um bom profissional. Antes a ética, depois a técnica. Pois a ética trará a preocupação com o estudo e propiciará a aquisição da técnica. O contrário não ocorre.”

O caminho para o jovem advogado ser reconhecido não é desprovido de dificuldades. Se não tiver uma família já respeitada na área, com infraestrutura material e suporte financeiro que o encaminhe, a trilha até o êxito profissional dependerá de enorme esforço e de redobrados sacrifícios. Será um longo e árduo caminho até à redenção profissional. Já sinto na pele as dificuldades do caminho, mas continuo na batalha, aproveitando todas as oportunidades que tenho. Passei boa parte deste final de semana lendo e tentando aprender as formalidades de um habeas corpus para mim o ápice do jus postulandi. Segui as dicas do Dr. Sanderson Moura, que vem me ajudando neste processo de aprendizagem e, com o código penal, dicionário jurídico e dicionário LATIM, tentei, pela primeira vez, ver o mundo real do direito que não me canso de buscar...

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