Desembargador Adair Longuini. Foto: agazeta.net |
Até bem pouco tempo, o desembargador Adair Longuini era desconhecido da grande maioria da população. Seu nome estava restrito aos meios jurídicos, acadêmicos, políticos e entre jornalistas. Mas desde maio o nome de Longuini, de recém-completados 58 anos, é lembrado como o protagonista da maior crise entre os poderes do Acre.
O mais novo entre os membros do pleno do Tribunal de Justiça (tanto na idade como na cadeira), Longuini estará à frente do Judiciário até janeiro de 2013 e poderá ocupar novamente a presidência de acordo com a rotatividade entre os desembargadores.
A postura de Longuini de desafiar o poder dono do cofre é admirada e aplaudida por muitos setores da sociedade – alguns, lógico, preferem camuflar a admiração justamente por temer represálias do dono do cofre.
Longuini tem dito a seus auxiliares mais próximos que por muitos anos o Acre tem vivido uma “democracia maléfica”. O motivo seria o fato de os poderes estarem submetidos aos temperamentos do Executivo. Aos mais próximos o presidente do TJ critica a subserviência tanto do Ministério Público como do Tribunal de Contas.
Nesse caso não se pode contar os serviços prestados pelo Legislativo ao Executivo. Com ampla maioria governista, a Assembléia Legislativa tem aplaudido de pé todos os atos do Palácio Rio Branco. O papel de investigar, fiscalizar e cobrar ações concretas do governo fica de escanteio.
A combalida oposição realiza disparos para todos os lados sem obter resultados concretos. Todas as tentativas de se criar Comissão Parlamentar de Inquérito ao longo da última década foram soterradas pelo trator do governo.
O ato de Longuini pode levar o Acre a um amadurecimento de suas instituições, onde cada poder e órgão cumpram suas funções em defesa dos interesses da sociedade e não de quem detém as chaves do cofre?
Qual a consequência das ações contra o governo no Supremo Tribunal Federal? A população está madura o suficiente para entender o caso? Será que o Acre completará seus 50 anos de Estado em 2012 enfim podendo dizer que é um ESTADO?
Essas são respostas que somente as próximas semanas, meses e anos poderão responder. Mas uma coisa é certa: o passo dado pela atual presidência do Tribunal de Justiça pode ser uma gota no meio do oceano – mas ela está.
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